sábado, 20 de dezembro de 2008

MUITO CALOR HUMANO SEM POLUIÇÃO NO CERRADO

Agosto de 2008 sem duvida ficará na memória da triatleta Mariana Ohata como um mês “quente”. É que duas semanas após sua terceira participação em Olimpíadas a triatleta Mariana Ohata deparou-se com a 2ª Etapa da Copa Centro-Oeste, uma prova realizada em condições de extremo calor na mais nova capital do país Palmas, situada no Estado do Tocantins. Em que pese o calor similar a Beijing, a etapa proporcionou um cenário exuberante em que a poluição foi substituída por uma natureza ainda preservada, um lago em excelentes condições para prática de esportes aquáticos e um asfalto perfeito para o ciclismo. Destaque também para o excelente e animado público estimado em 10 mil pessoas..

Para Mariana a organização da prova pela Federação Tocantinense de Triatlhon com apoio da empresa que detém a concessão da UHE Luís Eduardo Magalhães - Lajeado (Investco) foi perfeita e a cidade deveria realizar mais provas: "Além de ser linda, a cidade é perfeita para provas desse tipo com o lago e essa natureza ao seu redor."

Aliás, esta opinião era a tônica entre os triatletas presentes de Goiás, Brasília, Pará e Tocantins, demonstrando o potencial do local. Naida Freitas, presidente da Federação de Triatlo de Santa Catarina e acostumada a organizar eventos do porte do Iron Man Brasil, convidada a ministrar um curso de formação de árbitros, entusiasmada afirmou que “Tive essa visão em 2004 quando me surpreendi com a cidade de Palmas. Não tenho dúvidas de que o futuro do país está aqui, no meio do Brasil onde o coração pulsa”.

A prova, que teve distância olímpica (1.500/40 km/10 km), reuniu cerca de 150 atletas, dentre eles competidores da categoria de revezamento, criada especialmente para envolver competidores ainda não adeptos integralmente da modalidade.

Para Valdeir dos Santos, o conhecido “Gurupi”, presidente da federação local, triatleta de destaque nacional no final dos anos 90 e inicio desta década, a prova proporcionou o “convívio de atletas de ponta como a “olímpica” Mariana Ohata e o goiano Santiago Ascenço, dentre outros, com amantes do esporte em um rincão distante do Brasil, onde se pensava não existir adeptos da modalidade, mostrando assim a força e o potencial do triatlhon no Brasil, seja onde ele for. Aqui temos ainda uma fase romântica: o triatlhon em seu estado bruto”.

Destes atletas amadores pudemos conhecer o vendedor ambulante de picolé João Pereira da Silva, simplesmente conhecido como “Picolé”, 44 anos, corredor de rua e fã confesso do Triatlhon, finalizando a prova em 3h 27 min e pasmem, nadando sem nenhuma técnica e pedalando numa famosa “barra forte”. Eufórico declarou, com toda humildade “que realizou o sonho de uma vida!!!”. Imaginem este atleta numa Scott, Cervello, Kuota ou outras bikes de ponta e com o mínimo de noção de natação com estilo.

Confirmando o favoritismo, a categoria masculina teve como vencedor o goiano Santiago Ascenço, seguido de Rafael Brandão e Francisco Fintilman. No feminino também confirmando as expectativas a brasiliense Mariana Ohata venceu seguida das conterrâneas Aglaé Menezes e Taty Porto.

A prova com todos estes ingredientes positivos, foi um sucesso e se firma na sua segunda edição como um evento que tende ao crescimento e uma ótima oportunidade para triatletas conhecerem um pedaço do Brasil onde a natureza impera; as pessoas são receptivas e amáveis; numa prova com uma ótima organização e principalmente, onde ainda podemos encontrar pessoas como Picolé, um triatleta de alma!!
Texto: Walter Ohofugi Jr.
Fotos: Rafael Felipe
Confira as fotos:







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